- Rafa Almeida
1 Disco por Dia | Engenheiros do Hawaii - O Papa é Pop

DIA 35: Engenheiros do Hawaii - O Papa é Pop (1990)
Demorei pra pôr a mão na massa e trazer, pra essa minha listinha, essas três pérolas da discografia dos Engenheiros do Hawaii. Aos meus ouvidos, é como soam os três últimos álbuns de estúdio gravados pela formação clássica da banda gaúcha.
Fã de Rock Progressivo, o líder dos EngHaw, Humberto Gessinger, sabia bem o que queria da discografia de sua banda.
A saber: Referência para qualquer banda ou fã de Rock em qualquer tempo, o trio canadense Rush estabeleceu um padrão para sua discografia. A cada três álbuns de estúdio, eles lançavam um disco gravado ao vivo.
Este que vos escreve procurou, mas não encontrou a entrevista de Humberto Gessinger onde ele fala sobre ter imprimido o mesmo padrão à obra dos Engenheiros do Hawaii propositalmente, ou não.
Mas quando olhamos a discografia do power trio (ao menos a formação clássica, é de um trio), além de outros detalhes, como as sequências de cores das capas que remetem à bandeira do Rio Grande do Sul ou do Grêmio (só eu que viajei a esse ponto? rs), há o tal padrão de álbuns de estúdio e ao vivo do Rush.
"O Papa é Pop" é o primeiro de uma série de três álbuns produzidos pela banda. Na sequência viriam "Várias Variáveis" (1991) e "Gessinger, Licks & Maltz" (1992). Mas tratarei deles nos próximos dias.
Por agora, vale ressaltar que "O Papa é Pop" tem começo, meio e fim. E pelo ano de lançamento, é plausível ver nele e em suas letras quase que um resumo da década que há pouco se encerrava.
"Exército de Um Homem Só" e "Nunca Mais Poder" pareciam resumir os últimos anos ao mesmo tempo que apontavam pra frente (tem um pouco disso nos álbuns seguintes, também). A faixa título parece ir pelo mesmo caminho.
Mas é na sequência hipnotizante de "A Violência Travestida Faz Seu Trottoir", "Amanheceu em Porto Alegre" e "Ilusão de Ótica" que os anos oitenta parecem ser, definitivamente, resumidos!
"Exército de Um Homem Só II" e "Perfeita Simetria", que fecha o álbum (com a harmonia da faixa título), são os nós que amarram o disco dando a tal cara de unidade, de princípio, meio e fim. Característica dos grandes álbuns das bandas progressivas, incluindo o citado Rush.
A ressalva fica por conta da versão de "Era Um Garoto que Como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones". Porém, a sonoridade do disco parece ser tão bem cuidada que até um cover, que poderia soar deslocado, parece no lugar certo!
E pra ninguém ficar perdido entre trilogias, sequências de lançamentos e afins, é melhor situar exatamente onde "O Papa é Pop" aparece na obra dos EngHaw. O disco vem logo depois do ao vivo "Alívio Imediato" (1989) que, por sua vez, encerra outro ciclo, apresentando o repertório dos três primeiros discos da banda gaúcha. E seguiremos na trilogia GLM. Até!
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Publicado originalmente em 04/08/2020.
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